QECRL - Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas
O Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas: aprendizagem, ensino, avaliação (QECR ou QECRL) tem como objetivo fornecer uma base tão transparente, coerente e exaustiva quanto possível para:
- identificar o nível dos cursos de línguas,
- elaborar programas de línguas, diretrizes para currículos, materiais de ensino e aprendizagem,
- avaliar as competências em línguas estrangeiras.
Um dos princípios fundamentais do QECR é a valorização da formulação positiva das competências, que se foca nos conhecimentos práticos do aprendiz. A definição dos aspetos ligados à competência, na forma "sou capaz de fazer" fornece um roteiro claro e comum para a aprendizagem. O QECR descreve as competências linguísticas no que toca a línguas estrangeiras e divide-se em seis níveis: A1, A2, B1, B2, C1 e C2.
Desenvolvido sob a alçada do Conselho da Europa em 2001 e adaptado em 2018, é utilizado na Europa mas também noutros continentes e está disponível em 40 línguas.
Níveis de referência - A1, A2, B1, B2, C1, C2
O QECRL descreve as competências linguísticas no que toca a línguas estrangeiras e divide-se em seis níveis: A1 e A2, B1 e B2, C1 e C2, começando no nível básico (A1) e terminando no nível proficiente (C2).

Para responder às necessidades locais mantendo uma ligação ao sistema geral do QECRL, os níveis de competências podem ser divididos em níveis intermédios ou subníveis.
Com um sistema de subdivisão flexível proposto pelo quadro de referência (por exemplo: A1 - A1.1 - A1.2), as instituições podem desenvolver as divisões que correspondem aos seus casos específicos até ao nível que lhes convier por forma a situar e/ou descrever os níveis utilizados no seu sistema nos termos do QECRL.
Exemplo de subdivisão flexível:

Informações adicionais
Níveis de competências - Escala global
Cada escala permite comparar os testes e exames em diferentes línguas. O QECRL fornece também uma base para o reconhecimento mútuo de certificações em línguas, favorecendo assim a mobilidade educativa e profissional.
Utilizador elementar
| A1 Nível de iniciação ou descoberta
| É capaz de compreender e utilizar expressões familiares e correntes assim como frases simples que visam satisfazer necessidades imediatas. É capaz de apresentar-se ou apresentar alguém e colocar questões ao seu interlocutor sobre assuntos como, por exemplo, o local onde vive, as suas relações, o que lhe pertence, etc. É capaz de responder ao mesmo tipo de questões. É capaz de comunicar de forma simples desde que o seu interlocutor fale clara e pausadamente e se mostre colaborante. |
| A2 Nível intermédio ou de sobrevivência
| É capaz de compreender frases isoladas e expressões de uso frequente relacionadas com assuntos de prioridade imediata (por exemplo, informações pessoais e familiares simples, compras, meio envolvente, trabalho). É capaz de comunicar em situações correntes que apenas exijam trocas de informações simples e diretas sobre assuntos e atividades habituais. É capaz de descrever com meios simples a sua formação, o seu meio envolvente e referir assuntos que correspondam a necessidades imediatas.
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Utilizador independente
| B1 Nível limiar
| É capaz de compreender os pontos essenciais quando a linguagem padrão utilizada é clara, tratando-se de aspetos familiares em contextos de: trabalho, escola, tempos livres, etc. É capaz de participar na maior parte das situações que podem ocorrer em viagem, numa região onde a língua alvo é falada. É capaz de organizar um discurso simples e coerente sobre assuntos familiares, em diferentes domínios de interesse. É capaz de relatar acontecimentos, experiências ou um sonho, expressar um desejo ou uma ambição e justificar, de forma breve, as razões de um projeto ou de uma ideia. |
| B2 Nível vantagem (avançado ou independente)
| É capaz de compreender o conteúdo essencial de assuntos concretos ou abstratos num texto complexo, incluindo uma discussão técnica na sua especialidade. É capaz de comunicar com uma grande espontaneidade que permita uma conversa com um falante nativo, não se detetando tensão em nenhum dos falantes. É capaz de exprimir-se de forma clara e pormenorizada sobre uma vasta gama de assuntos, emitir uma opinião sobre uma questão atual e discutir sobre as vantagens e as desvantagens de diferentes argumentos.
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Utilizador experiente
| C1 Nível de autonomia
| É capaz de compreender uma vasta gama de textos longos e complexos, assim como detetar significados implícitos. É capaz de exprimir-se de forma espontânea e fluente sem, aparentemente, ter de procurar as palavras. É capaz de utilizar a língua de maneira eficaz e flexível na sua vida social, profissional ou académica. É capaz de exprimir-se sobre assuntos complexos, de forma clara e bem estruturada, e de mostrar domínio dos meios de organização, de articulação e de coesão do discurso. |
| C2 Nível de mestria
| É capaz de compreender sem esforço praticamente tudo o que lê ou ouve. É capaz de reconstituir factos e argumentos de fontes diversas, escritas e orais, resumindo-as de forma coerente. É capaz de se exprimir de forma espontânea, fluente e precisa e de distinguir pequenas diferenças de sentido relacionadas com assuntos complexos.
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Grelha para a autoavaliação
Para que quem está a aprender consiga situar o seu nível de competências no QECRL, foi proposta uma grelha de autoavaliação que mostra as principais categorias de utilização da língua em cada um dos 6 níveis.
Categorias de utilização da língua:
- COMPREENDER: Compreensão do oral | Leitura
- FALAR: Interação oral | Produção oral
- ESCREVER
Consultar a grelha para a autoavaliação do QECRL.